Sérgio Mauro Borgate responde por matar Gilcinei a tiros à queima-roupa em 2021; prisão preventiva foi decretada após anos de manobras da defesa para evitar o Tribunal do Júri
Quase quatro anos após o crime que chocou moradores de Vilatur, em Saquarema, o militar da Marinha Sérgio Mauro Borgate finalmente foi parar atrás das grades. Ele foi preso preventivamente nesta quarta-feira (2) depois de faltar, pela terceira vez seguida, ao seu próprio Júri Popular. A justificativa? Sua defesa não compareceu novamente.
Cansados das sucessivas ausências, o Ministério Público e o advogado da acusação, Tiago Camarinha, pediram a prisão do réu. O juiz Andrew Francis Maciel não hesitou e expediu o mandado. A decisão marca um novo capítulo de uma novela jurídica marcada por adiamentos e frustrações para a família da vítima, Gilcinei.
“A prisão preventiva é um passo importante para garantir que o julgamento finalmente aconteça, após tantas manobras protelatórias. A família de Gilcinei espera por justiça há quase quatro anos, e o mínimo que se espera é que o réu responda pelos seus atos perante o Tribunal do Júri”, afirmou o advogado Camarinha.
O novo julgamento está marcado para o dia 31 de julho — será a quarta tentativa de levar Borgate ao banco dos réus.
Relembre o crime
O assassinato aconteceu em agosto de 2021 e teve motivação fútil: uma desavença relacionada a uma obra, segundo a Polícia Civil. Gilcinei, conhecido no bairro como um homem pacato, honesto e trabalhador, foi surpreendido por um atirador em uma moto quando saía da casa da mãe. O criminoso emparelhou com o carro e disparou várias vezes à queima-roupa. Gilcinei morreu ali mesmo.
O crime ganhou ainda mais repercussão por causa do que acontecia no momento do assassinato: a noiva da vítima estava em uma loja escolhendo seu vestido de casamento. A cerimônia estava marcada para o mês seguinte. A tragédia destruiu sonhos e deixou um vazio irreparável.
Agora, com a prisão do acusado, a esperança de justiça renasce para os familiares e amigos de Gilcinei, que seguem lutando para que a morte brutal não fique impune.





