A política de Araruama acaba de escrever um novo capítulo. A ex-prefeita Lívia de Chiquinho conquistou no TCE-RJ um efeito suspensivo contra a rejeição de suas contas de 2023 — decisão que, para aliados do grupo, escancara uma suposta conspiração armada contra o ex-prefeito Chiquinho, Lívia e seu clã.
Segundo esses aliados, a atual prefeita Daniela Soares, eleita com apoio de Chiquinho e da própria prima Lívia, teria trocado a lealdade familiar por um pacto com um empresário, a qual iremos denominar de “Astronauta”, figura discreta, mas com fama de operar pesado nos bastidores da política fluminense.
Daniela, que chegou ao poder sob a sombra do clã Chiquinho, hoje é acusada de protagonizar a maior “punhalada nas costas” já registrada em Araruama, e talvez na política do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto Daniela aguardava a virada do ano para assumir o mandato, ou até antes das próprias eleições, como dizem algumas fontes, a prima se aproximava de um rival mais feroz de Chiquinho, o “Astronauta”, conhecido no mercado de licitações por atuar em diversas cidades e, segundo as más línguas Chiquinhistas, sempre “um passo à frente” dos demais concorrentes.
Segundo a oposição, a candidata derrotada nas urnas, Penha Bernardes era muito ligada ao Astronauta, que de forma discreta, como de praxe, operou nos dois lados das eleições com o vereador Thiago Pinheiro, Astronauta teria articulado para isolar Chiquinho e sua esposa do comando antes mesmo do término das eleições. E agora com o constante ataque de Chiquinho à “Astronauta” nas redes sociais, foi a vez da retaliação culminando na decisão do TCE pela rejeição das contas de Lívia. Coincidência ou obra dos bastidores? Nos corredores políticos, ninguém acredita em acasos, e a grande aposta dos fofoqueiros de plantão de Araruama, é que essa decisão fiscal teria sido parte de uma engrenagem maior para enfraquecer de vez o clã de Chiquinho em Araruama.
A grande dúvida que martela na minha cabeça é simples e incômoda: como um empresário sem cargo público conseguiria tamanho trânsito em um tribunal de contas? Aliados de Chiquinho afirmam que “Astronauta” é visto como um homem que “joga em outra liga, em outro planeta”, um personagem que, de tão influente, já é descrito como “acima da lei”, capaz de flutuar e mexer os pauzinhos da Justiça, de conselhos fiscais e até de investigações policiais. Nada comprovado, claro — mas quando a fumaça é densa, o fogo costuma estar bem aceso. “Astronauta” conseguiu reforçar uma imagem de que mantém um poder silencioso, discreto e eficaz — um poder que poucos ousam confrontar.
Enquanto isso, a prefeita Daniela Soares posa como uma figura independente de controle, como uma “mulher empoderada”, o que, para alguns, foi estratégia política; para outros, foi a maior traição já vista na história recente de Araruama e do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto a batalha jurídica segue no TCE, a política araruamense ferve. O recurso interposto por Lívia suspendeu os efeitos da rejeição das contas e pode obrigar a Câmara Municipal de Araruama a reavaliar o caso com mais cautela. No final das contas, a disputa em Araruama não é apenas sobre números ou relatórios fiscais. É sobre poder, é sobre dinheiro.
errata: O vereador que atuou ao lado de “Astronauta” foi o vereador Thiago Pinheiro, e não o vereador Thiago Moura, como mencionado antes.
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