O interesse dos jovens brasileiros entre 16 e 17 anos em participar das eleições aumentou significativamente, refletido em um crescimento de 78% no registro de novos títulos de eleitor em comparação ao último pleito municipal de 2020. No estado do Rio de Janeiro, esse aumento foi de 66%, destacando uma mobilização crescente entre os adolescentes para escolher seus representantes políticos.
Segundo dados do portal de Estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de jovens com 16 e 17 anos que tiraram o título de eleitor passou de 1.030.563 em 2020 para 1.836.081 em 2024. Esse aumento expressivo demonstra uma nova geração mais engajada no processo democrático.
Lavínia Scalia Teixeira, de 17 anos, residente em Petrópolis, é uma das jovens que expressou entusiasmo com a oportunidade de votar. “Desde as eleições gerais de 2022, quando ainda não tinha idade para participar, eu estava ansiosa para exercer meu direito de voto. Votar é uma forma de cumprir minha responsabilidade como cidadã e é muito gratificante”, relata Lavínia, que também é diretora da Associação de Estudantes Secundaristas do Rio.
Andreia Cardoso Cruz Thomaz, de 17 anos e eleitora de Cabo Frio, compartilha um sentimento semelhante. Ela vê a experiência de votar pela primeira vez como um passo importante para se sentir parte ativa da democracia. “Estou ansiosa para votar porque é uma oportunidade de expressar minhas opiniões e impactar a sociedade. É uma forma de fazer minha voz ser ouvida e participar de algo maior”, afirma Andreia.
A defensora pública Flávia Albaine elogia o aumento na participação dos jovens e destaca a importância desse engajamento. “É essencial que os jovens se envolvam no processo político, pois serão os líderes de amanhã. A participação ativa na política ajuda a criar consciência e cidadania, preparando-os para ocupar cargos públicos e privados no futuro”, explica Flávia.
O engajamento político entre os jovens também está impulsionado pela discussão de temas relevantes como saúde, educação e transporte público. Teo Neiva, de 16 anos, morador do Rio de Janeiro, afirma já ter clareza em suas escolhas. “Busco candidatos que tenham propostas claras para combater o racismo e a LGBTfobia, melhorar o sistema de saúde e valorizar a educação”, destaca Teo.
Andreia, por sua vez, prioriza a honestidade e transparência dos candidatos. “Quero saber se os candidatos realmente se importam com as pessoas e não apenas com o poder. Também é crucial que eles tenham propostas concretas para a educação e para a melhoria da qualidade de vida em Cabo Frio”, ressalta.
Lavínia Scalia critica a ‘velha política’ e busca candidatos que representem uma mudança real. “Desejo que a minha cidade, Petrópolis, melhore no transporte e que os lugares mais afastados sejam lembrados”, diz Lavínia, preocupada com a qualidade de vida na sua região.
Flávia Albaine destaca que a participação cidadã vai além do voto. “É fundamental que os jovens se envolvam em discussões e atividades cívicas, como na faculdade ou em associações de bairro, para desenvolver uma consciência política e cidadã completa”, afirma.
No dia 6 de outubro, mais de 155 milhões de eleitores terão a oportunidade de escolher candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. O 2º turno será realizado em 27 de outubro em municípios com mais de 200 mil eleitores, se necessário. No Brasil, o voto é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para analfabetos, maiores de 70 anos e pessoas entre 16 e 18 anos. A Justiça Eleitoral alerta que a ausência às urnas por três eleições consecutivas pode levar ao cancelamento do título de eleitor e a várias restrições na vida civil.
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