O que está acontecendo na Lagoa de Araruama não é só um escândalo ambiental. É um crime. Um crime que tem nomes, responsáveis e consequências diretas para a saúde da população. A aliança subterrânea entre PROLAGOS, INEA e políticos coniventes não é apenas uma afronta à verdade, mas um golpe sujo contra o meio ambiente e contra todos que vivem e dependem dessa região.
Estamos falando de um jogo de interesses onde relatórios são “ajustados”, números são maquiados e a realidade dos fatos é deliberadamente distorcida. O motivo? Blindar poderosos, manter contratos milionários e garantir que ninguém toque no esquema de corrupção que gira em torno da gestão hídrica e sanitária da Região dos Lagos, onde o Ministério Público Federal pediu a prisão de um ex-presidente da PROLAGOS recentemente. (Veja a matéria aqui). Enquanto isso, as pessoas continuam se banhando em águas contaminadas, sem saber o risco real que correm.
A PROLAGOS, que deveria garantir um serviço de saneamento decente, faz vista grossa para despejos irregulares e cobra tarifas altas por um serviço que claramente não entrega o que promete. O INEA, que deveria ser um órgão fiscalizador isento, parece mais preocupado em mudar boletins ambientais conforme os acordos políticos. E os políticos da região? Estes seguem silenciosos, porque bater de frente com esse esquema é arriscar contratos, alianças e doações de campanha.
Isso não é apenas irresponsabilidade, é caso de Polícia Federal. Há gente lucrando enquanto a Lagoa morre. Há gente decidindo, em reuniões de gabinete, que a verdade deve ser abafada para que o turismo não seja afetado. E há gente que precisa ser presa.
A população precisa reagir. Não podemos normalizar a mentira e a omissão como política pública. Não podemos aceitar que, a cada verão, recebamos laudos falsificados dizendo que tudo está bem, enquanto continuamos vendo o esgoto sendo despejado na lagoa. O que está em jogo aqui não é só o meio ambiente – é a saúde pública, é a dignidade de quem vive na Região dos Lagos, é o direito de saber a verdade.
Os responsáveis por esse escândalo não podem continuar impunes. O que falta para a Polícia Federal prender alguém nesse caso? Até quando vamos fingir que não sabemos quem são os culpados?