TIROU ONDA | Enquanto muitos dos portariados de Magdala Furtado juravam que a prefeita “ganharia de lavada” nas urnas, desacreditando as pesquisas que acertaram o resultado eleitoral, o verdadeiro impacto da canetada de Mag começou a fazer eco nas ruas de Cabo Frio. Marconi Nascimento de São Pedro da Aldeia e companhia não apenas erraram as previsões, como também foram deixados em cima de um bueiro, jogados no lixo como copos descartáveis. Seguiram o script da lealdade à prefeita, defendendo-a em tom inflamado, como se a prefeitura fosse uma fortaleza impenetrável – só para agora, ao invés do glamour da continuidade do cargo, se verem pressionados a encarar a ceia de Natal no aperto, enquanto seus sacrifícios foram triturados com a esperança da eleição de Magdala.
E, claro, temos a grande jogada de Rodrigo Menezes. Esse aí soube como ninguém fazer o jogo e saiu à francesa – com os bolsos recheados e o estômago pronto para um Natal, digamos, muito confortável. Com direito a exposições humilhantes e um rompimento público com Magdala duas vezes, Rodrigo levou um pacote de seis meses de salário, que deve somar acima de R$40 mil. Uma verdadeira farra de despedida, enquanto os “fieis defensores de Magdala” terão que se contentar com a lembrança amarga de terem jogado todas as fichas – e a paciência – na prefeita. Na luta do dinheiro, Rodrigo “tirou onda” e saiu por cima, deixando para trás Marconi e sua turma, que agora terão que inventar mágica para comer alguma coisa no fim de ano.
Mas o presente maior veio do próprio Diário Oficial desta terça-feira, onde surgiram as nomeações retroativas que trouxeram à tona o prêmio dos aliados certos, em contraste com a dura realidade da maioria dos demitidos. Nomeações que pagam com efeito retroativo, como a do superintendente do gabinete nomeado a partir de 1º de fevereiro, dando a essa turma uma bolada que ultrapassa os nove meses de salário de uma só vez. É isso mesmo, enquanto os peões que foram descartados se rasgam por dentro, outros tiraram onda e sairão com um bom “pé de meia”.
Enquanto Marconi e outros fiéis da prefeita vão encarar o Natal fazendo contas para não passar fome, Rodrigo Menezes vai deslizar para as festas de fim de ano com a classe de quem sai de bolso cheio. Com uma bolada digna de um carro zero na conta – fruto dos seis meses de salário acumulados e mais alguns “ajustes de final de mandato” – Menezes agora vai “curtir” seu próprio recesso, deixando a “velha guarda” com as migalhas da derrota de Magdala. Para ele, o céu é o limite; para os outros, fica o lembrete amargo: quem serve demais, no fim, passa fome.
Para aqueles como Marconi, o “presente de Natal” de Magdala já chegou: uma exoneração fresca e, se muito, a lembrança do que foi uma breve passagem pela prefeitura. Quem sabe, ao menos, fique o aprendizado – na política, há quem coma o banquete e quem, ao final, é jogado fora, como um copo descartável.