O comentário feito por Saulo Mendes, filho de Jânio Mendes, em resposta à nossa análise sobre a ascensão de Felipe Fernandes no PDT e a perda de relevância de Jânio no cenário político cabofriense, trouxe à tona uma visão clara: até o próprio herdeiro político de Jânio reconhece a necessidade de renovação no partido e o fim do ciclo de poder de seu pai.
“O PDT precisa de renovação, o Jânio precisa entender que não faz mais parte do cenário político e o Felipe precisa assumir,” disse Saulo, em uma afirmação que ecoa o sentimento geral entre os próprios membros do PDT e da população de Cabo Frio. A fala de Saulo, que poderia ser vista como um marco de reconhecimento de que a era de Jânio está chegando ao fim, reflete uma verdade que muitos já vinham apontando: o ex-deputado e duas vezes ex-candidato a prefeito perdeu seu espaço e já não faz mais parte da política cabofriense.
No entanto, Saulo também rebateu nossa análise, alegando que o texto contém “inverdades” e que omite certos aspectos da campanha, como a “dificuldade de manter uma nominata” e a “traição de dois vereadores de mandato”. Aqui, cabe pontuar que as dificuldades mencionadas por Saulo são de fato um reflexo de uma gestão partidária ineficaz, liderada por Jânio, que já não consegue manter a força política que o PDT teve outrora. Isso é evidente pelo fato de que o partido sofreu nas urnas, enquanto candidatos mais jovens, progressistas e com propostas renovadoras, como Felipe Fernandes (que vem sofrendo já algum tempo com as sabotagens), Lucas Muller e Chantal Campello vêm ganhando espaço.
Sobre as supostas “inverdades”, a questão dos R$ 100 mil repassados pela executiva estadual do PDT é um fato amplamente conhecido e documentado segundo o próprio site do TSE, e os prints enviados ao Lagos Informa. Durante a campanha, vários candidatos a vereador do próprio PDT entraram em contato com o Lagos Informa para denunciar que, enquanto lutavam com dificuldades financeiras para suas campanhas, Jânio Mendes teria recebido a quantia de R$ 100 mil e, posteriormente, devolvido o montante. Portanto, é importante esclarecer que as condições financeiras das campanhas foram, de fato, precárias para muitos dentro do partido, e as alegações de Saulo, nesse ponto, caem por terra diante dos fatos e provas disponíveis.
A “vontade de reconstrução solitária”, mencionada por Saulo, está longe de ser solitária, mas sim compartilhada por aqueles que querem ver uma política renovada em Cabo Frio e um PDT vivo, longe das práticas arcaicas e das gestões que já não agregam mais à população, além de se afastarem daqueles que usam os bons nomes do partido, como um pacote de barganha, para lucrar dinheiro na estadual do partido para os seus próprios interesses individuais.