Família questiona laudo do IML, aponta falhas no atendimento e cobra exame toxicológico; caso segue sob investigação da Polícia Civil e do MPRJ
O caso da morte da bebê indígena Joana Garcia Campos, de 1 ano e 11 meses, ganhou novos desdobramentos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) determinou uma análise complementar em toda a documentação médica, após denúncias da família sobre possíveis falhas no atendimento prestado na UPA Pediátrica de São Pedro da Aldeia e no Hospital Pediátrico Lagos (HP Lagos), onde a criança faleceu no fim de julho.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) aponta pneumonia, miocardite aguda e choque séptico como causas da morte. Porém, a mãe da menina, Christinny Garcia, contesta o resultado e afirma que não foi feito exame toxicológico, essencial para investigar suspeita de intoxicação por medicamentos. Ela também denuncia divergências em prontuários, indícios de broncoaspiração e até a inclusão de dados de outra criança nos registros — o que é negado pelo hospital.
A promotora Renata Mello Chagas, da 3ª Promotoria de Justiça de São Pedro da Aldeia, requisitou depoimentos de médicos, enfermeiras e técnicos que atenderam a bebê, além de detalhes sobre os medicamentos aplicados. O caso foi encaminhado ao Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) do MPRJ para avaliar se houve negligência.
A Secretaria Estadual de Saúde abriu sindicância para investigar a conduta das unidades de saúde e deve apresentar resultado no dia 16 de setembro. A Polícia Civil também apura o caso. A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) acompanha o processo e cobra transparência e responsabilização.
Enquanto isso, a família insiste: “Não existe explicação para uma criança entrar sem gravidade numa UPA e sair de lá praticamente morta”.





