A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público do Rio contra o ex-secretário de governo de Maricá, Renato da Costa Machado (PT), o secretário de Planejamento municipal, Leonardo Alves, e outras oito pessoas, por suposto envolvimento em esquema de propina nos contratos de construção do Hospital Municipal Che Guevara, em Maricá.
Segundo as investigações do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os suspeitos, incluindo ex-secretários e empresários, teriam cometido crimes como associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A Ghimel Construções e Empreendimentos, responsável pela construção do hospital, é acusada de repassar propinas aos agentes públicos envolvidos.
A denúncia revela que os crimes começaram logo após a contratação da empresa em 2016, com pagamentos de propina equivalentes a 6% do valor bruto recebido pela construtora para a obra. As negociações ilícitas chegaram a ocorrer no canteiro de obras do hospital. Além disso, foi constatado um superfaturamento na construção pelo Tribunal de Contas do Estado.
Os investigadores afirmam que os pagamentos de propina foram disfarçados sob a justificativa de uma locação fictícia de máquinas e equipamentos para a construtora, sendo a maior parte dos valores sacada em dinheiro vivo para ocultar a origem ilícita dos recursos.
Renato Machado e Leonardo Alves, entre outros, negam as acusações e se dizem surpresos com a denúncia. A Prefeitura de Maricá afastou imediatamente Leonardo Alves após a decisão judicial e declarou colaboração para esclarecer os fatos. O empresário Bruno Duarte Rodrigues, da Ghimel, e outros citados não responderam aos contatos da imprensa.