Operação Nafta cumpre mais de 30 mandados e mira organização criminosa ligada à milícia; Justiça bloqueia até R$ 35 milhões em bens. Armação dos Búzios está entre os alvos da ofensiva
Uma grande ofensiva contra o crime organizado sacudiu o estado do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (2). A Polícia Federal, em parceria com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RJ), deflagrou a Operação Nafta, mirando um esquema milionário de fraudes em postos de combustíveis — com atuação direta em Armação dos Búzios, um dos alvos principais da ação.
Ao todo, 70 policiais federais saíram às ruas para cumprir 31 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. A operação aconteceu simultaneamente em cidades do Rio e de Minas Gerais, incluindo a Barra da Tijuca (onde ocorreu a prisão), além de Búzios, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Itaguaí, Mangaratiba, Resende, Belo Horizonte e Juiz de Fora.
O esquema, segundo as investigações, movimentava cifras milionárias através de fraudes em postos gerenciados por integrantes de uma organização criminosa com ligações anteriores com milicianos da Zona Oeste do Rio. O principal alvo da operação já era conhecido das autoridades por envolvimento com milícias e agora atuava de forma mais sofisticada, utilizando o setor de combustíveis para lavar dinheiro e aplicar golpes.
Como parte das medidas, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores que chegam a R$ 35 milhões. Os envolvidos podem ser responsabilizados por crimes como organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
A Operação Nafta é um desdobramento da Operação Dinastia, realizada em 2022, que já havia desmontado um núcleo miliciano na capital fluminense. A nova fase aprofunda o cerco a integrantes remanescentes que teriam migrado para o setor de combustíveis para continuar operando sob nova fachada.





