Após as demissões em massa de funcionários em Araruama, a situação nas creches municipais tem se agravado. Mães de alunos das creches São Maximiliano, Ilca Maria Duarte e Moysés Ramalho expõem a dificuldade das professoras e dos alunos, sem auxiliares. De acordo com relatos, as crianças estão ficando sem tomar banho, já que não há auxiliares suficientes para atender as necessidades básicas dos alunos.
Uma mãe, que preferiu não se identificar, relatou: “Não foram só estagiários acompanhantes de crianças PCD, foram todos os auxiliares mandados embora. Auxiliares de sala, limpeza, cozinha…”. Segundo ela, a ausência desses profissionais tem sobrecarregado as professoras, que não conseguem dar conta de todas as tarefas.
“As professoras estão desesperadas. Não dá para uma professora por turma ser responsável por tudo isso, inclusive cozinhar e preparar as coisas para as crianças. Não dá.” – completou.
Além disso, algumas professoras estariam orientando os pais a não deixarem seus filhos nas creches devido à falta de condições adequadas para o cuidado das crianças. Sem os profissionais de apoio, os cuidados básicos, como a alimentação e a higiene, estão comprometidos.
“Meu filho é um autista severo, ele tem 10 anos, não sabe escrever nem ler. Na quarta-feira, ele chegou muito triste da escola, chorando muito. Quando perguntei o que tinha acontecido, ele me disse que a sala dele estava cheia e que a professora e a auxiliar dele não estavam lá. Ele se sentiu muito sozinho porque a professora o colocou lá atrás, já que a turma dele, que era separada, foi juntada com outra por conta da demissão da professora.”, disse outra mãe.
De acordo com a Prefeitura de Araruama, a decisão fez parte de uma reorganização administrativa e financeira, justificada pelo encerramento de convênios temporários de contratação de estagiários. No entanto, os responsáveis pelas crianças alegam que muitos dos profissionais estavam no programa há anos e esperavam concluir seus contratos apenas em dezembro, como ocorria tradicionalmente.
Até o momento, a Prefeitura de Araruama não informou se haverá uma revisão da medida.